22 – MULHERES VENCEDORAS – ALCIONE

Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)

Ade Maleu Lapa-el – Vamos ao Maranhão para destacar Alcione.

Papa – Alcione Dia Nazareth, cantora, compositora e multi-instrumentalista nasceu em São Luís (MA), em 21.11.1947, pela exuberante desenvoltura recebeu em sua carreira os nomes de “Marrom”, “Dama do samba” e “A voz do samba”.

Desde muito cedo tenho iração por esta MULHER VENCEDORA, no final da década de 1970 escrevi o poema “A voz do samba” no mote: “ALCIONE E SEU PISTOM/ORGULHOS DO MARANHÃO”, aqui transcrevo uma das estrofes: ‘“Canta o conto do Mar;/Retalhos”, “Lá vêm você/Lua menina”, e “Tiê/O surdo” e “Eu vou deixar”/E também “Pra que chorar”/”Espera” e “Não chore não”/”A profecia” e “Zelão/Mau negócio” e “Sou Marrom/ALCIONE E SEU PISTOM/ORGULHOS DO MARANHÃO”’. Sua música “Cajueiro Velho” é solicitada por mim em todo lugar, uma das preferidas de todos os tempos.

Os deuses do samba impediram que Alcione desse sequência a nobre carreira de professora, ao ser demitida, ao assumir sua carreira de cantora nos presenteou com mais de trinta LPs desde o primeiro “A voz do Samba” até o último “Tijolo por Tijolo” sempre emplaca sucessos. Ganhadora de incontáveis prêmios no Brasil e no exterior.

Do livro “Cantos de Rainhas” de Leonardo Bruno retiro o recorte abaixo, que define muito bem a cantora maior do Maranhão: “Alcione é da linhagem das intérpretes que cantam com o coração e por isso tocam o nosso lado esquerdo do peito com tanta facilidade. Em sua plateia não há aplausos protocolares nem gritos tímidos de ‘bravo’, como nas óperas. Seus fãs se descabelam à beira do palco, enceram os sentimentos narrados nas letras, acompanham as músicas de olhos fechados como se estivessem nos momentos de intimidade com o grande amor. Sua voz tem esse poder: O de transportar para onde ela quer, do Rio Antigo à cama da loba, da Sapucaí ao braços do garoto maroto. Grita a paixão sem pudor, sem rubor…”.

As homenagens recebidas em desfiles da Mocidade Alegre, São Paulo em 2018, e da sua Estação Primeira da Mangueira, Rio de Janeiro em 2024 são atestados incontestáveis sobre a importância da sua obra que extrapola fronteiras e da forma narrada pelo jornalista Leonardo Bruno chegam com facilidade no lado esquerdo do peito dos fãs espalhados por todo mundo. As músicas de Alcione se alojam em nossa alma e promovem a calma que precisamos para flutuar no mundo da utopia.