Por Ademar Rafael Ferreira (Papa)
Ade Maleu Lapa-el – Voltemos ao esporte, vamos destacar Isabel.
Papa – Maria Isabel Barroso Salgado Alencar, atleta e treinadora de voleibol, nasceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 02.08.1960. Esta MULHER VENCEDORA, além de jogadora de alto nível foi fora das quadras defensora dos direitos de mulher, abordou sem preconceito a relação entre mulheres e quebrou muitas barreiras, desafios e olhares atravessados ao disputar duríssimas partidas em avançado estado de gravidez.
Aos onze anos como jogadora e estudante do Colégio Notre Dame em sua cidade já demonstrava talento para prática do voleibol e seu perfil de atacante enchia os olhos dos desportistas. Em função das habilidades foi estimulada a treinar em clube de tradição. Com doze anos conheceu no Flamengo o treinador Ênio Figueiredo, posteriormente treinador da Seleção Brasileira.
Isabel após ar pelas categorias de base do clube carioca foi convocada para Seleção Brasileira Juvenil, chegando à seleção principal. Pela garra e potencial, sempre ocupou os espaços que surgiram ao longo da sua vitoriosa carreira. Traz em seu currículo, além das inúmeras conquistas, o registro de ter sido a primeira jogadora do Brasil a atuar em clube europeu, no caso, Modena, da Itália. Este fato é tido um divisor d’água, Isabel abriu o mercado internacional para outras jogadoras brasileiras.
Atuou em mais de dez clubes no Brasil, jogou temporadas exitosas na Itália e no Japão. Entre os principais títulos registramos: Bicampeonato paulista, Liga Nacional de Vôlei. Disputou duas olimpíadas, a saber: Jogos Olímpicos de Moscou, em 1980 e Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984. Foi uma das pioneiras no Vôlei de Praia, modalidade pela qual disputou o torneio promovido pela FIVB em Almeria, Espanha, formando dupla com Jackie Silva. Foi campeã do Circuito Mundial de Vôlei de Praia e Medalha de Ouro em Atlanta, em 1996. Anos mais tarde, fez dupla com Roseli Timm e conquistou Medalha de Ouro na etapa de Miami do Circuito de Vôlei de Praia, bem como conquistou três outras medalhas de pratas e duas de bronze até 1995.
Foi treinadora em vários clubes e como mãe nos deu as competentes atletas Maria Clara e Carolina Solbergs. Isabel inspirou uma geração com seu talento, foi uma leoa dentro de quadras e como cidadã sempre esteve envolvida em causas que dignificam qualquer ser humano. Não tinha medo de cara feia e soube superar cada degrau colocado à sua frente pelo preconceito.