Inflação no Grande Recife acelera em maio e é a quarta maior do país

A Região Metropolitana do Recife (RMR) registrou inflação de 0,56% em maio, a quarta maior variação do país e a segunda no Nordeste, atrás apenas da Grande Fortaleza. A alta representa um avanço de 0,34 ponto percentual em relação a abril (0,22%) e foi puxada, principalmente, pelos aumentos nos grupos Habitação e Alimentação e Bebidas.

Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados nesta terça-feira (10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o IBGE, a energia elétrica residencial subiu 7,16% na região, após registrar queda no mês anterior. O reajuste tarifário anual das distribuidoras foi o principal fator, mas o aumento também refletiu a volta da bandeira amarela, com cobrança adicional de R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos, além do ree de PIS/Cofins.

Em junho, de acordo com o IBGE, a tarifa de energia não será reajustada novamente, mas o efeito da energia sobre o índice pode continuar, já que ou a vigorar a bandeira vermelha patamar 1, que encarece ainda mais a conta de luz.

No grupo de alimentação, os principais vilões da inflação foram a cebola (17,93%), a batata-inglesa (13,44%) e o tomate (8,98%). A escassez na safra da batata, de origem local, e dificuldades de importação da cebola da Argentina e do Chile explicam a alta.

Apesar da aceleração em maio, o IPCA na RMR acumula alta de 2,68% no ano e 4,33% nos últimos 12 meses, ainda dentro da meta inflacionária definida pelo Conselho Monetário Nacional para 2025, que é de 3% com intervalo de 1,5 ponto percentual.

Segundo a gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita Lins, o impacto da energia elétrica foi o mais significativo no mês, mas não deve se repetir nos mesmos moldes nos próximos meses. “O reajuste tarifário já foi incorporado. A depender da bandeira vigente, o efeito pode ser menor ou maior”, afirmou.