Notabilizadas pelo Colégio Stella Maris de Triunfo, no Sertão pernambucano, as Irmãs Franciscanas de Maristella não dirigem mais esse educandário, que fundaram e firmaram como referência de ensino no Sertão – mas não descansam. Há 60 anos, estão à frente do Lar Santa Elisabeth, voltado a crianças e adolescentes em vulnerabilidade. Necessidades e apoio aos trabalhos da entidade foram as pautas de encontro, na última quinta-feira (22), no gabinete da Presidência do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), no Palácio da Justiça, no Recife.
A presidente do Lar, irmã Fátima Paiva; e a diretora, irmã Elma Ferraz, foram recebidas pelo presidente do TJPE, desembargador Ricardo Paes Barreto. O encontro foi intermediado pelo desembargador Ruy Patu, com parte da família originária da cidade, voluntário da casa há anos e que participou da reunião. O avô, do magistrado, José Cordeiro de Lima, foi uma das personalidades da “Cidade Oásis” e hoje nomeia a rua onde está um dos mais antigos conjuntos urbanos do município. Na visita, também o educador Felipe Ferreira, cedido pela Prefeitura de Triunfo ao Lar.
As freiras vieram unicamente para esse contato. O presidente do TJPE se mostrou alegre com a presença delas e disse que, não só vai buscar formas de atendimento, como se esforçará para envolver outras entidades nessa ação: “Agora sou mais um voluntário e, o que for possível fazer, será feito”, definiu. A partir de agora, o Lar Santa Elisabeth ará a informar sobre necessidades objetivas, para a localização, pelo TJPE, de formas de apoio.
A ação social das irmãs de Triunfo coaduna com diversos trabalhos do TJPE, em especial, aqueles envolvendo as coordenadorias da Família e da Infância e Juventude. O empenho com questões sociais é uma das posturas cobradas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a todas as entidades do sistema judicial no Brasil.
O Lar Santa Elisabeth atinge, diretamente, mais de 350 crianças e adolescentes, de 1 a 18, anos. Esse público é atendido, em regime de semi-internato, pela creche e por serviços diversos, incluindo alimentação.
“A esperança não decepciona”, definiu a irmã Elma, em referência, tanto ao que espera do encontro, como ao que a entidade planta em sua ação. As iniciativas mantidas pelas Maristella em Triunfo vão além do atendimento direto. Envolvem acolhimento a famílias em dificuldades e assistência a comunidades de baixa-renda da região, a exemplo das que integram o Quilombo das Águas Claras.
Para exemplificar o que fazem no Santa Elisabeth, as duas freiras presentearam o presidente com um artesanato homenageando os chamados “Caretas de Triunfo”, personagens do Carnaval da Cidade. É um dos produtos da oficina de artesanato mantida pela instituição. “São peças que podem ser vendidas em lojinhas, tornando-se fonte de renda”, explicou a irmã Elma que, junto com a irmã Fátima foi presenteada com o livro sobre a história dos 200 anos do TJPE.
Atendimento
As oficinas do Lar Santa Elisabeth oferecem também técnicas de estamparia, informática, música, dança e escolinhas de futebol masculino e feminino. Os serviços incluem atendimento odontológico, psicológico e assistência social extensiva às famílias. Um dos focos é o enfrentamento ao abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes.